A União de Freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada integra o concelho de Vila do Conde, situando-se no território Este do mesmo, a Norte do rio Ave, ocupando uma área de 21,86 km², com 2848 habitantes, o que corresponde a uma densidade populacional de 130,3 habitantes por km².
As origens do povoamento neste território remontam a tempos muito recuados, a Cividade de Bagunte é disso exemplo. Há pelo menos 3000 anos este castro parece ter sido habitado. Mas esta primitiva ocupação não se limita, somente, à referida Cividade. No território que hoje integra a União de Freguesias temos ainda, embora posteriores, o Castro de Santagões e o Castro de Santa Marinha, ambos castros agrícolas situados próximos do rio Ave e que tinham como objetivo vigiar as explorações agrícolas e pecuárias. Contudo, a Cividade de Bagunte, considerado o maior castro da Idade do Ferro na área do concelho, era o núcleo central em termos de organização territorial. O espólio encontrado nas sucessivas escavações aqui realizadas é revelador de uma ocupação que permanece até ao período de ocupação romana – romanização – sendo nele encontradas peças que nos remetem para o século II d. C.
A ocupação romana começou pelos castros para depois motivar que se começassem a deixar estes tradicionais locais das habitações e cultivar terras em redor dos mesmos, acabando por nelas se fixarem. A romanização deixou, assim, marcas na própria Cividade, que não foi exceção a este processo, sendo um castro romanizado. Começam, então, a ser ocupados outros espaços no seguimento do Monte da Cividade, com o aparecimento das villas agrárias romanas, como será o caso da Quinta de Cavaleiros (Outeiro), e mesmo em locais próximos a cursos de água, como é o caso de Vila Verde e Vilar (Bagunte), que têm as suas origens, muito provavelmente, neste período.
Próximo destes locais encontramos a Via Veteris, importante estrada romana, que ainda hoje é ponto de grande interesse motivado pelo facto de integrar os Caminhos de Santiago. É nesta Via romana que, no século XII ou XIII, é construída a Ponte D. Zameiro (ou Sameiro), ponte românica que se conserva até aos nossos dias, construída sobre o rio Ave, no limite das Terras de Faria.
Durante a Idade Média o aparecimento de várias vilas (quintas) vieram deixar marcas até aos nossos dias na toponímia de muitos dos lugares das freguesias ou até mesmo dos nomes das próprias freguesias, hoje União de Freguesias. É exemplo disso a vila de Bagunte e a vila de Outeiro, nomes de vilas onde, em ambos os casos, foram construídas as primitivas igrejas paroquiais, acabando por lhes ditar os nomes. Outras deram nome a vários lugares das freguesias.
A partir do século XII o Mosteiro de S. Simão da Junqueira acaba por ter uma inevitável ligação à História destas freguesias. A Carta do Couto da Junqueira foi assinada por D. Afonso Henriques em 1181, abrangendo toda a área da atual União de Freguesias. A existência de um couto implicaria que não existissem nele honras, o que acabou por não se verificar, pois em Outeiro surge a Honra de Cavaleiros, mencionada constantemente em documentos a partir do século seguinte.
A Quinta de Cavaleiros, hoje em ruínas, era a mais importante casa da região. No século XIII esta casa nobre surge mencionada em São Martinho do Outeiro como Honra de Cavaleiros, subordinando a si todas as casas da freguesia e sendo mencionada em documentos relativos a outras terras, como é o caso de Ferreiró. No século XV o Paço de Cavaleiros conhece um significativo aumento, sendo provavelmente por esta altura construída a torre senhorial.
As quatro freguesias, hoje unidas, têm as suas origens, então como paróquias entre os séculos X e XI. Bagunte surge já mencionada num documento do século X, como “monte Bogonte”. A paróquia terá surgido próxima do século X, talvez antes, na então vila de Bagunte, que lhe deu nome. Santa Marinha de Ferreiró é mencionada já em 1090 como “Ferreirola”. Quanto a São Martinho do Outeiro surge em documentos do século XII, mas no século X existiria já uma igreja. Já Santo André de Parada é mencionado em documentos do século XII, embora seja provável já lá existir uma igreja em meados do século X.
Não só das quatro paróquias que hoje conhecemos é feita a história da União de Freguesias, pelo menos outras duas paróquias existiram no território que hoje compreende a União de Freguesias, a paróquia de Santo Egídio (ou Isidro) e a paróquia de São Miguel de Santagões. A primeira terá existido por pouco tempo, algures no século XII, restando apenas o nome no presumível lugar onde terá existido uma igreja. Já a segunda existiu até finais do século XIX, sendo anexada, como paróquia e como freguesia, a Bagunte, conservando-se ainda a sua igreja e o nome Santagões, agora lugar.
Atualmente o espaço da atual União de Freguesias é marcado por uma forte vertente associativa, estando nela sediados clubes desportivos, associações de caçadores, associações culturais, movimentos paroquiais, uma federação nacional e um rancho folclórico. Estas oferecem um forte dinamismo à União, levando a cabo diversas atividades.